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Está na moda, ultimamente, matérias jornalísticas investigativas. Jornais, revistas, toda a imprensa tentando nos convencer de que estão investigando a fundo. No entanto, a maioria das publicações já trazem junto com as investigações a conclusão de que, sem chance de erro, somos obrigados a chegar.
Não são poucos, no entanto, os casos em que paro para raciocinar e vejo que não há nada de profundo ou investigativo na matéria, há, no máximo, um início de investigação.
É perfeitamente justo e compreensível que uma reportagem não tenha a profundidade de uma investigação policial. Afinal, que treinamento teve o jornalista, para averiguar a fundo as causas, razões e ainda coletar provas razoáveis, afim de provar uma tese.
O que não está fácil de engolir são matérias escandalosas, mostrando um fato, geralmente já conhecido e esquecido, e simplesmente concluindo de maneira rasa e irresponsável quem são os culpados da mazela.
Um exemplo disso é a matéria do CQC, que mostro nos dois vídeos abaixo:
A reportagem do CQC (caso não tenha paciência / tempo para assistí-la) convida uma repórter a fingir que tem 15 anos e sai em busca de supostos pedófilos em chats públicos.
Lindo! A reportagem acha um monte destes "monstros" como são pintados hoje em dia estes seres.
(hoje em dia, sim senhores, na grécia antiga era perfeitamente normal! Viu, como é fácil dizer qualquer abobrinha se não nos preocupamos com a realidade?)
Ora, mas o que está errado com a reportagem? Nada. Absolutamente nada.
Exceto talvez o fato dela não ter mostrado nada de mais. Os pedófilos que realmente são incriminados, e cujas prisões realmente mudam a vida de grande parte das pessoas, têm mais este perfil aqui:
Segundo as investigações desenvolvidas, os envolvidos intermediavam e mantinham relações sexuais com várias crianças e adolescentes, com idade entre onze a dezessete anos, em troca de dinheiro e presentes, fomentando a exploração sexual e a prostituição infantil.
Por favor, entenda bem o que estou dizendo. É claro que é condenável E criminoso que homens com mais de 40 anos tentem aliciar meninas de 15 em chats pela internet.
Mas isso não é NADA se comparado ao fato de empresários criarem uma rede de prostituição com meninas da mesma idade.
Embora nada garanta, é bem provável que boa parte dos criminosos que caíram nas garras do CQC não fizessem ação nenhuma além de induzir a 'menina de 15 anos' (e muito provavelmente outras tantas) a ficarem nuas.
Este, por si só é um ato condenável. Não estou isentando ninguém.
Mas é fato, que, querendo, o CQC poderia fazer matérias mais profundas e chegar a redes criminosas como a reportagem citada em texto (do portalamazonia.globo.com ) noticiou.
Inúmeros casos são bem parecidos, recentemente Luis Nassif analisou uma denúncia contra José Dirceu (telebrás e etc.) e concluiu:
Eletronet: o lobby foi da Folha
Na matéria o jornalista (hoje atacado pela mesma folha), mostra a falta de investigação/vontade da matéria para saber o que realmente aconteceu.
Do jeito que a coisa anda, logo menos haverá matéria com a manchete:
STEVE WONDER É DEUS
Porque, como diz a velha piadinha,
- Deus é amor e o amor é cego
- Deus é cego
- Steve Wonder é cego
- Steve Wonder é deus.
Realmente, não houve, por parte deles e até hoje, pelo pouco que eu acompanho, nenhum tipo de tentativa de aprofundar a questão da pedofilia. Não estou aliviando o de ninguém, mas simplesmente fazer notícia, no caso deles nesta matéria, humor, não cria nada mais do que medo e, consequentemente, agressão ao assunto. Como se pedófilo fosse apenas um monstro a ser exterminado, e não um homem, ou mulher, com problemas que, provavelmente refletem questões maiores que, também provavelmente, refletem problemas com a sociedade. Sim senhores e senhoras, nós todos, ou pelo menos parte para não dizerem que sou um ''generalizador''.