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Depois de tanto reclamarmos para a ImprenÇa assumir de vez um lado, depois do presidente da república reclamar, agora o Estado de São Paulo assume seu lado no jogo político. Mas e os argumentos?
Não demorou muito até que o jornal “O Estado de São Paulo” finalmente assumisse seu lado nestas eleições. Em editorial do último domingo o jornal diz, entre outras coisas:
Não é nada, dirá o sagaz leitor e a esperta leitora, esse jornal sempre fez campanha para o candidato tucano. Ou ainda, dirá o nobre twitteiro:Com todo o peso da responsabilidade à qual nunca se subtraiu em 135 anos de lutas, oEstado apoia a candidatura de José Serra à Presidência da República, e não apenas pelos méritos do candidato, por seu currículo exemplar de homem público e pelo que ele pode representar para a recondução do País ao desenvolvimento econômico e social pautado por valores éticos. O apoio deve-se também à convicção de que o candidato Serra é o que tem melhor possibilidade de evitar um grande mal para o País.
{{não acredite em mim}}
O leitor não deixa de ter certa razão, se o jornal tem “convicção de que o candidato Serra é o que tem melhor possibilidade de evitar um grande mal ao país” porque deixar para tão tarde o anúncio, ou ainda, o aviso à sociedade deste mal?!
A questão é que a
Preocupa-me, no entanto, os argumentos utilizados para este tipo de editorial. Primeiro esclareço que, fosse eu o editor {{estaria mais rico, um pouquinho}} preocuparia-me em argumentar em favor do candidato que escolhi mais do que em transformar seu adversário político num monstro.
Mas, EPA! O adversário político do Serra seria o Lula ou a Dilma?! Lá vem o poste outra vez. É função do jornal informar, certo? É digno e necessário que o jornal informe seu lado político até para que o eleitor sinta-se mais seguro ao receber as denúncias. Não é porque o jornal apóia algum candidato que todas as notícias passam a não ter mais crédito.
E se é função do jornal informar, ainda que sobre seu adversário político, não é possível que um jornal do tamanho do Estado de São Paulo, desconstrua uma candidatura desta forma {{no caso acabou desconstruindo as duas, Serra e Dilma}}, sobretudo em um país machista, onde tal desconstrução poderia ser lida como fruto de um pensamento que diminui a mulher, simplesmente por ser mulher. Não sei, sinceramente, se é o caso. Assusta-me só a possibilidade.
O editorial do jornal não traz argumentação favorável a Serra, a não ser a velha máxima do “só tem tu, vai tu mesmo” como mostra o parágrafo já citado e mais ainda a frase que agora destaco:
Eu já disse aqui que existem diferenças claríssimas entre uma candidatura petista e uma tucana. Não é possível ao jornal simplesmente assumir que prefere um Estado mais fraco, que interfira menos na economia?Serra é o que tem melhor possibilidade de evitar um grande mal para o País
O editorial recupera argumentos de 2002, quando a Regina
Hoje, como em 2002, os argumentos passam pelo medo. Medo do quê? Medo de perder força com um plano seguro de banda larga para o país? Medo de ver uma classe pobre mais forte e consciente, que não brinque mais de ter medo? Qual o medo do estadão?
Criticar as alianças? Isso é crítica de quem não tem a menor idéia do que signifique a palavra ‘governança’. Crítica de quem não sabe uma vírgula sequer de política ou do funcionamento do Legislativo. FHC fez alianças, e qualquer um que se eleja o fará.
E o que dizer da postura nada edificante de um chefe de Estado que despreza a liturgia que sua investidura exige e se entrega descontroladamente ao desmando e à autoglorificação?Quando foi que Lula se entregou “descontroladamente ao desmando e à autoglorificação”? Quando propôs ao congresso um órgão que regulamentasse a imprenÇa {{nos moldes, é bom que se diga, de países como França, Itália entre outros}}? Ou quando sua popularidade atingiu 78% apesar de toda crítica do jornal a ele?
Há um perigo enorme em ter um presidente com 78% de aprovação. O medo real de que ele resolva ter um terceiro mandato e acabe por entregar-se ao que chamamos de “Poder”. Mas esse medo só existe se considerarmos a Dilma um poste.
Mas, sendo a Dilma um poste, é possível acusá-la de alguma coisa no caso Erenice? Não. Mais que isso, a lógica só pode mesmo ser desprezada quando o negócio é apoiar uma candidatura.
Ainda assim é melhor do que não apoiar, apoiando.
Como resumiu o Brizola Neto, não é um editorial pró-Serra, porque quase não fala do Serra. É um editorial anti-Lula.
Outra coisa importante a se destacar. Tanto esse editorial do estadão, quanto a choradeira editorial do Otavinho ontem e a capa da Veja são provas inequívocas de que a velha mídia sentiu o golpe de o Lula jogar na cara deles o cartel das famiglias que se acham donas exclusivas do direito à opinião no Brasil.
Porra... sabe q vc ta virando gente? Ta até escrevendo coisas decentes!
(meu modo de elogiar...rs)
Medo de mudar? Isso é uma desculpa pra lá de esfarrapada. Mesmo que todos os oposicionista e oportunistas esperneiem, esta eleição é do PT mesmo. Quem tem coragem que assuma, eu tenho! Dilma para presidente!