A páscoa e o(s) Santos...



Na última quinta-feira o time do Santos deveria ter feito uma boa ação, mas os meninos da vila mostraram que são exatamente isso, meninos, e recusaram-se a dar ovos de páscoa à crianças com paralisia cerebral.
Sim, a pergunta é válida. De quem é a paralisia cerebral, dos "meninos da vila" ou das crianças que deveriam ter sido ajudadas?

Não é novidade para ninguém que a classe pobre mais desfavorecida financeiramente em nosso país tem se colocado cada vez mais próxima à religião evangélica.

Também não é novidade para ninguém que os jogadores de futebol, em sua maioria, vem desta classe social.

Como vimos Steve Wonder é deus e os jogadores, em sua maioria, evangélicos.



A questão, segundo alguns [veja aqui e aqui e pare de acreditar em mim], teria sido religiosa. A casa onde a diretoria da equipe do Santos (a ironia não é minha, juro) doaria 640 ovos de chocolate era uma casa espírita.

Os jogadores, repito, evangélicos e / ou católicos.

Este ignorante que vos escreve não tem religião definida. Mas sei lá, não parece coisa de Jesus essa história de se recusar a visitar crianças com paralisia cerebral porque o lar que as ajuda é mantido por uma instituição religiosa.

Também não seria por falta de exemplos - estão aí os livros de história que não me deixam mentir e todas as cruzadas que dizem o mesmo - que pessoas seriam maltratadas por conta de uma religião.

Foto roubada do @triplosentido

A Igreja Católica já pediu desculpas. Alguns dos jogadores também. Mas é um fato inaceitável. Ninguém pediu que os jogadores participassem de algum ritual satânico. Ninguém pediu que participassem de mesa branca. Ninguém exigiu que fossem a um templo budista ouvir Dalai Lama.

Pediram apenas que entrassem, entregassem ovos de páscoa e sorrissem. Não mais do que isso. Foram incapazes.

Há quem diga que o problema foi outro. [não acredite em mim] Os jogadores teriam se recusado a descer do ônibus por atraso no pagamento e insatisfação com um técnico. O treinador puniu um jogador por ter chegado atrasado ao local de trabalho, causando insatisfação nos colegas. (recuso a comentar uma insatisfação tão risível).

Neste caso seria ainda pior. Punir as pessoas erradas pelos motivos errados.

E tudo isso num time que chama Santos.


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